As plantas carnívoras são espécies de vegetais que capturam, matam e digerem insetos ou outros pequenos animais, devido à presença de enzimas digestivas que extraem compostos nitrogenados e assim como fonte de nutrientes, dependem do nitrogênio presente nas proteínas dos animais.
Estas espécies de plantas vivem em solos pobres e encharcados (como
brejos), com pouca quantidade de nitratos que são fundamentais para
síntese de clorofila. A falta de nutrientes, principalmente do
nitrogênio é uma fator crítico que limita o crescimento das plantas e as
carnívoras se adaptaram e desenvolveram métodos para digerir animais e
utilizarem suas proteínas ricas em nitrogênio. Acredita-se que as
primeiras plantas carnívoras surgiram há cerda de 65 milhões de anos, na
época dos dinossauros.
Existe mais de 500 espécies de plantas carnívoras distribuídas no mundo todo com exceção da Antártida.. São encontradas em diversas regiões desde áreas quentes eflorestas tropicais úmidas, e até mesmo nas tundras
gélidas da Sibéria. No Brasil há mais de 80 espécies diferentes, sendo
considerado o segundo país do mundo a possuir mais espécies destes
vegetais, perdendo somente para a Austrália.
As plantas carnívoras utilizam-se de várias armadilhas para atraírem e capturarem suas presas como:
Armadilhas “Jaula”
As folhas das plantas carnívoras que possuem este tipo de
armadilha estão divididas em duas partes, similar a uma boca, com
gatilhos no interior. Este gatilho ao ser tocado pelo animal aciona um
mecanismo que imediatamente fecha as metades da folha, sendo abertas
somente após a digestão do animal. Ao contrário do que muitas pessoas
pensam estas enzimas proteolíticas são inofensivas à pele humana e aos animais de médio e grande porte. Esse tipo de armadilha é encontrada na Dionéia (Dionaea) que se alimenta principalmente de aranhas, moscas, largatas, grilos,
lesmas, entre outros. As dionéias conseguem diferenciar insetos e
dentritos não comestíveis que possam cair em sua armadilha através dos
pêlos sensitivos. Objetos inanimados como pedras e galhos quando caem
nas folhas abertas das dionéias não se movimentam, portanto, não
dispararão os pelos sensitivos das plantas. O animal capturado é
ingerido pelas glândulas digestivas da folha durante 5 a 15 dias.
Armadilhas de “sucção”
Este tipo de armadilha é encontrado em todas as espécies de
Utricularia, que vivem submersas em água doce ou brejos. Possuem
utrículos que se assemelham a pequenas bolsas, contendo uma minúscula
entrada cercada por gatilhos, e ao serem estimulados provocam a abertura
dessa entrada. Quando a entrada é aberta, é sugado para dentro tudo que
estiver ao redor incluindo à presa que estimulou o gatilho.
Ascídios
Ascídios são folhas inchadas e ocas, altamente especializadas,
similares a jarras, com uma entrada no topo e em seu interior contém um
líquido digestivo. São encontradas em Cephalotus, Darlingtonia,
Heliamphora, Nepenthes, Sarracenia, entre outros. Pequenos invertebrados
e até mesmo minúsculos vertebrados são capturados por este tipo de
planta. Ao caírem no líquido digestivo destas plantas as presas se
afogam e são digeridas. As plantas Darlingtonia são popularmente conhecidas como planta-jarra.
Armadilhas “folhas colantes”
Este tipo de armadilha em relação às outras existentes é a mais
simples. São glândulas colantes espalhadas nas folhas e podem estar
presentes até mesmo na planta toda. Em plantas como Byblis, Drosera,
Drosophyllum, Ibicella e Triphyophyllum é encontrada este tipo de
armadilha que capturam geralmente pequenos insetos voadores.
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