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sexta-feira, 3 de agosto de 2012

JARDIM EM COBERTURA

Um jardim em cobertura


A formação de um jardim na cobertura de um edifício se apresenta como uma solução viável para a integração de áreas verdes nas grandes cidades, permitindo um maior convívio do homem com a natureza. Conhecimento e técnicas, entretanto, são fundamentais para um resultado seguro e bem sucedido. Neste artigo, o engenheiro agrônomo e paisagista Rodolfo Geiser demonstra um projeto.
Vamos falar a respeito de um jardim situado na cobertura de um edifício para escritórios, onde a laje de cobertura era muito fraca e não poderia suportar o peso resultante da execução de um jardim - o conhecido roof garden inglês. Normalmente, um jardim de cobertura dispõe de lajes que suportam uma camada de terra de 30 a 40 cm., mas neste caso, mal poderíamos dispor de uma camada de 20 cm.
A solução encontrada pode ser observada no esquema (ilustração 1) desta página: a base é num deck contíguo ao escritório que, por sua vez, é ladeado por um piso lateral, com uma canaleta de escoamento das águas pluviais. A área verde é formada por um gramado, canteiros com plantas rasteiras de espécies rústicas (como o rabo-de-gato) todas cultivadas numa camada de terra em torno de 12 cm, e outros 5 cm de pedras de cinasita, como se pode analisar no corte (ilustração 2).
Junto à parede externa do edifício, projetou-se jardineiras mais altas, tanto para encobrir o muro, como para dar um contorno ao jardim, formando uma espécie de parede verde. As plantas que ocupam estas jardineiras, de forma geral, são de baixo porte, entre 30 e 60 cm. de altura, todas muito rústicas, como bromélias, hemerocallis ou lírio-amarelo (Hemerocallis flava), russélia (Russelia equisetiformis), asparagus (Asparagus sprengerii) e outras.
A exceção em altura é uma Alpinea mutans. O importante nessas jardineiras é que a terra ficou restrita a uma camada de 20 a 25 cm, preenchendo-se o espaço abaixo com grandes peças de isopor - que, como sabemos, ocupam espaço e não pesam quase nada.
Os elementos mais pesados são duas caixas de 250 litros, onde se colocou uma resedá (Lagerstroemia indica) em cada. Tais caixas estão estrategicamente colocadas acima de lajes verticais que compõem o andar abaixo.
Trata-se, portanto, de um jardim formado em condições extremamente adversas de cultivo, tanto pela limitação da camada de terra, quanto pelos fortes ventos existentes nas partes mais altas dos edifícios, o que requer uma manutenção rigorosa.
Nota: O jardim demonstrado nesta matéria é da empresa Tevere - Empreendimentos e Construções S/A e foi projetado em por Rodolfo Geiser e pelo arquiteto Márcio Ferraz.

1 - Detalhe da parte dos fundos do jardim. Observe as caixas em primeiro plano e a treliça com trepadeiras (madressilvas) ao fundo, encobrindo a área de serviço
3 - Vista inversa da foto 2. Note o desenho do piso lateral. O jardim resultante é bem simples (o chamado clean), para que se descortine também a paisagem.
2 - Vista da parte da frente do jardim que tem, em primeiro plano, o deck com vasos. Os canteiros laterais, à esquerda, estão junto à parede externa do prédio

4 - Vista inversa da foto 1, onde se observa as duas caixas de 250 litros. envolvidas por caixas de madeira; um caminho para apreciar o verde do bairro e um local para escultura.

Legendas do esquema:
Ilustração 1
Anteprojeto do jardim numa cobertura de um edifício:

1. escritório do diretor
2. piso lateral
3. deck
4. gramado
5. canteiros laterais
6. parede externa do edifício
7. caixa de 250 litros para arvoreta
8. grelha para escoamento das águas pluviais
9. treliça para trepadeira
10. entrada de serviço
Ilustração 2

Legendas do corte:
Ilustração 2
Nesta cobertura, praticamente não é possível colocar terra para cultivo, observe-se:

1. grelha
2. canaleta para escoamento das águas pluviais
3. piso lateral ao escritório
4. mureta do canteiro para o gramado
5. gramado
6. drenagem de cinasita (muito leve)
7. laje da cobertura
8. manta de bidim, para filtrar a terra

Ilustração 1
Rodolfo Geiser é engenheiro agrônomo e paisagista

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